A obra sugere que, mesmo nas nossas fragilidades, há beleza e força na forma como nos reconstruímos. Ela está quebrada, com várias rachaduras visíveis, mas as falhas foram remendadas com ouro, fazendo referência à técnica japonesa do "kintsugi", que transforma o imperfeito em algo belo e único.
Ouroboros Cor de Rosa é uma reflexão sobre a feminilidade e o simbolismo do ciclo da evolução voltada para si mesmo, inspirada na obra A Criação de Adão (Michelangelo) e no conceito da Ouroboros.
As mãos, quase idênticas, podem ser tanto de pessoas diferentes quanto da mesma pessoa em fases diferentes, passando por um portal de evolução e representando o passado e o presente, o velho e o novo, uma dualidade ilustrada também no acorde cromático do azul.
As três obras foram criadas para serem uma série com diferentes figuras femininas interagindo com a água.
Os quadros funcionam separados, como obras independentes, mas foram idealizados para se completarem, representando diferentes períodos do dia.
Em todas as obras o intuito foi de transmitir uma sensação de tormenta e calma ao mesmo tempo, algo que pessoas com ansiedade sentem a todo o momento, exemplificando o que é conviver com ansiedade através de imagens.
Essas figuras femininas não possuem expressão em suas faces. Sendo assim, o espectador não sabe o que está ocorrendo com elas: “Estão prestes a afundar ou estão saindo da água?”. Cabe ao público decidir (ou não) e dar o seu próprio significado.
A incerteza causada, gera um sentimento de ambiguidade e cria uma reflexão ainda maior: Não podemos dizer o que está acontecendo na cabeça de outras pessoas somente ao observá-las.